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segunda-feira, 9 de abril de 2012
Lavar ou não o arroz? Eis a questão!
O título sintetiza uma pergunta recorrente, formulada sistematicamente aos
técnicos da área. Muitas vezes a dúvida é criada quando os consumidores lêem nas
embalagens que o produto não necessita ser lavado. A chave da questão está no
comportamento dos constituintes solúveis em água, ou hidrossolúveis, naturalmente
presentes no arroz. Estes constituintes passíveis de perdas (lixiviação) durante a lavagem
do arroz são apresentados nas três tabelas apresentadas adiante (excetuando-se a
proteína).
A condução da resposta de “lavar ou não o arroz”, deve ser segmentada, pois é
diferente segundo os subgrupos do arroz: branco polido e parboilizado.
No caso do arroz parboilizado, durante sua elaboração ocorrem alterações que o
particularizam. O processo de parboilização pode ser sintetizado da seguinte maneira: o
arroz em casca é submetido a uma primeira operação, denominada Encharcamento,
ocasião em que os constituintes hidrossolúveis presentes nas camadas externas
(formadoras do farelo) migram para o interior do grão; em uma segunda etapa, estes
constituintes são fixados, pela gelatinização; segue-se a secagem e o beneficiamento
propriamente dito. As condições de temperatura, o tempo e a umidade deste processo
garantem a estabilidade enzimática e a pasteurização microbiológica. Ao gelatinizar o
amido, é diminuída drasticamente a capacidade de disponibilizar os constituintes
hidrossolúveis por lixiviação. Em resumo, o processo evita a perda de vitaminas na
lavagem. A consagração deste aspecto no meio científico tem desmotivado as pesquisas
direcionadas à quantificação, sendo a vantagem nutricional atribuída à “convicção
científica”.
É importante referenciar que o arroz parboilizado demora cerca de 4 a 5 minutos a
mais no preparo de cozinha. Assim sendo, nesse tempo adicional ocorrem perdas parciais
nos constituintes susceptíveis de degradação pelo calor (termolábeis), como a própria
vitamina B1. Mesmo sendo considerada pouco significativa, esta perda ocorre. Tal como
no caso do parágrafo anterior, há uma carência de pesquisas para estabelecer a perda
como “verdade científica”.
No caso do arroz polido, a contribuição de um artigo da FAO (*) orienta
perfeitamente. Analisa duas circunstâncias, abordando primeiramente o caso da simples
lavagem, quantificando as perdas nos seguintes níveis:
Tabela 1. Perdas de nutrientes do arroz polido por lavagem
Constituintes Perdas, %
proteína 2-7
potássio 20-41
tiamina (B1) 22-59
riboflavina (B2) 11-26
niacina (B3) 20-60
A fonte é o importante pesquisador Juliano (1993), da Filipinas.
Suplementando a informação, quando se trata de avaliar as perdas cumulativas por
lavagem e cozimento, segundo procedimentos usados na Índia, Grist (1986) quantifica
as perdas de proteína, ferro, cálcio e fósforo.
Tabela 2. Perdas de nutrientes do arroz polido por lavagem e cozimento
Constituintes Perdas, %
proteína 10
Ferro 75
cálcio 50
fósforo 50
Já Saunders (1979) avalia perdas de cozimento com excesso de água, seguido de
descarte do excedente; os itens avaliados são vitaminas do complexo B: tiamina,
riboflavina e niacina. Avalia que fritura a alta temperatura destrói mais de 70% da tiamina,
a mais termolábil (e importante!) das vitaminas do chamado complexo B.
Tabela 3. Perdas de nutrientes do arroz polido por cozimento em excesso de água
Constituintes Perdas, %
tiamina (B1) 30-50
riboflavina (B2) 25-35
niacina (B3) 25-50
CONCLUSÃO:
Respondendo a pergunta-título pode-se afirmar que, sob o ponto de vista das
perdas nutricionais, no arroz polido é desaconselhável a lavagem; e no parboilizado é
completamente desnecessária.
Por outro lado, a sabedoria popular deve ser posta em prática para a decisão final.
O consumidor deve escolher a marca de sua confiança e inspecionar visualmente. Afinal, o
homo sapiens tem desenvolvido um saber na escolha dos seus alimentos, não sendo por
acaso que a espécie tem sobrevivido há alguns milhares de anos.
Gilberto Wageck Amato
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